"À Felicidade"

“A felicidade não é deste mundo.” (J. C.)
“A felicidade é sua.”

Mundos infelizes apenas não são capazes de associar a felicidade ao feixe vital (um fundamento de mundos magníficos a mundos obscuros).
Porém, havendo vida, há graça.

E a intuição da bondade permeia todas as almas. Uma vez o avante posterior às revoltas e às lascívias de nossas vivências inferiores existindo em todo o ser, a benevolência surge inerente, por encaminhar-nos ao progresso no momento oportuno a cada um... Alheia à nossa vontade momentânea de permanecer em engano ou em protesto. Pelos hábitos da acomodação.

Ainda assim, no instante de nossa resignação, somos amparados.
Em pleno arrependimento, somos consolados.

Um impulso dos servos de Deus (nossos irmãos já mais crescidos e retos) nos arremessa como a um momento de fecundo rebento. E somos então, comemorados.

É a nossa Era pessoal, se fazendo exclusiva no trajeto e igualitária na conquista, conforme Deus aguarda a aproximação de cada uma de suas criaturas, de seu seio misericordioso.

Então, estamos momentaneamente neste orbe material, ligados ao espírito cingido de vida pela dádiva da criação, em processo de reforma íntima.

Disponíveis o veículo, a inteligência, e o ultimato dos tempos apelando para nosso ingresso no caminho do esforço e da serventia ao bem.

Inata do espírito (por mais tempo que este leve para notá-la) há a etérea semente da benignidade em aguardo. Com respeito às nossas safras, mas piscante quanto à necessidade de regá-la prontamente, a fim de sairmos da perseguição das próprias satisfações, e de transformá-las por completo! nos efeitos de nossa caridade e amor ao próximo, atitudes plenas, frutíferas... E felizes!

Esta semente é a inclinação (às vezes clara, outras, ainda misteriosa) às normas de nosso Deus: a extrema e sábia bondade.

A doutrina dos espíritos, em seu acervo magnífico, nos liberta à cintilante justiça divina, transborda de respostas nossas dúvidas, e desencoraja o comodismo...


Ao perseguirmos o consolo, ganhamos instrução.


O conhecimento protege as boas atitudes, zela pelos despertares, festeja as energias geradas pelo aprendizado... E nos unge com a aproximação de irmãos de luz, contentes com nossas pequenas vitórias na eterna luta contra o mal.

Tão exaustiva quanto emocionante, é a fartura de saber. Sublimemente disponível àqueles que já ouviram seus nomes chamados para agirem em nome da benevolência, a auxiliarem energeticamente nosso mundo de personalidade frágil, e tão vulnerável à vaidade e ao gozo da matéria.

Tal convocação, sutilmente entendida através de um sentimento impetuoso, agindo de dentro para fora como uma explosão de bons fluidos é acatada com lisonjeio quando notamos, ainda que vagamente, a importância de progredir em gratidão à vida que nos fora concedida.

Pois bem, aos tropeços com as sensações egoístas e vaidosas, vamos cedendo com calma e ao nosso tempo, a essa onda vibratória tentando nos aperfeiçoar, por piedade e carinho com a condição humana de nosso espírito hoje.

A serenidade passa a fazer parte de nosso instinto. O mesmo que antes de conhecer a bondade divina, vagueava entre suprir saciedades vazias e alimentar nossa ilusória grandeza...
A mansuetude necessária para assimilar as boas novas se faz tão constante quanto é nosso interesse ilustre em ingressar à falange dos trabalhadores do plano espiritual, finalmente compreendendo as orientações que resignam e enriquecem a alma, ensinadas por Cristo Jesus.

Mais! Com anseio, recolhemos das palavras do mestre salvador todas as sementes, para tentarmos plantá-las em solo nosso, e sonhamos alimentar a todos os que ainda vêem distância entre o emprego da submissão a Deus, e suas realidades.

É que o brilho do despertar nos cala por instantes (muitas vezes longos e repletos de graça), enquanto deixamos transbordar a felicidade de que Deus é, além de magnífico, compreensível.

Muito prováveis, as lágrimas que nos escorrem quando acordamos para a vida verdadeira, são de gratidão.

Eis que não sabemos por onde começar! Torpes de amor e brilho, emocionados com a misericórdia e a paciência de Deus para conosco, sentimos urgência de que Ele nos escale à labuta em favor do bem.

Como ouvir os chamamentos? A quem proferir as palavras de gratidão, se a partir de então, um broto que desabrocha e vira flor, passou a ser estonteante e nos mareja os olhos?

Dizem que o começo é por nós mesmos.
Assim, seguimos festejantes às leituras que abrem as portas para o amor eterno e para a disciplina perfeita da fé. Conduz-nos à sabedoria praticável, às mudanças que lapidarão nossa essência e nos resgatará do erro.

Somos apresentados à Kardec, e então, a saudade não sufoca como antes.
Lemos as belezas de Chico Xavier, e somos magnetizados à caridade quase que instantaneamente... Voltamos à Bíblia e a lemos com acato...

Passamos a orar em conjunto, com humildes grupos de mesmo ensejo, e talvez outra condição física... Nossa fase de aproximação com falanges de luz se inicia humilde... Sentimo-nos muito necessitados de agradecer ao galardão imenso, por isso já iniciamos as preces vibratórias pedindo pelo mundo, e não por nós mesmos ou parentes.

Estudamos para uma melhor eloquência, treinamos as palavras e os tempos verbais para que oremos pelo coração, com a inteligência...
Passamos a ler em voz alta os trechos mais encantadores e cheios de esclarecimento, imaginamos as mesmas lições, através da voz de Jesus... Naturalmente, a retórica aterrissa em nosso virgem solo... Magnética, para que a sabedoria se espalhe...

Ao fecharmos os olhos, já passamos a imaginar luzes de cura, de pronto!
Estamos suavemente automatizando as atitudes aprendidas, e ficamos felizes.

De repente, algum evento doloroso nos acomete (parecido com as desilusões comuns a nós, ou novo, de maior gravidade)... Diante da dor enlouquecedora, elevamos os pensamentos aos mesmos companheiros a quem nos referimos em nossos lares, chamando-os em oração, e pedimos para que intervenham neste momento, se assim se fizer aprazível a Deus, nosso criador.

Havendo importância na passagem pela dor extrema, seu curso será de acordo com o determinado pelo alto. Havendo pilares de fé verdadeira, às vezes podemos receber o alívio. Quando já prontos para assimilar a lição.

Após o evento, sabemos que outros virão, e nos maravilhamos com a dignidade que conquistamos ao passar por este, munidos de recentes serenidade e atenção. O alívio veio em segundo plano, após a fé.

Celebramos como estamos ficando...
Transformando-nos...

O silêncio passa a ser amigo mais íntimo, e a quietude nos eleva... No tempo livre do trabalho, passamos a escolher novas leituras, em busca das mesmas sensações de paz e coragem de nossas primeiras grandes descobertas...

No contato com os outros indivíduos, os vemos como portadores de um espírito, numa mesma jornada evolutiva, e sentimos em todos os estranhos, uma cumplicidade e certa parceria.

Sorrimos mais, ou melhor, sorrimos quase o tempo todo, e quando nosso rosto não o está fazendo, nosso espírito está refrescante em nossa companhia, agora se levantando para o exercício da graça divina.

Nossos amigos de sempre, ficam mais queridos.
Nossos pais, agora são nossos parceiros, amigos, e os admiramos com tanto carinho... Por terem aceitado a missão de nossa guarda, como preparo de nosso caminho para o curso de nossa história.

O amor é tão forte, tão íntegro, que quer se exercer até aquém de nossa resistência física... Queremos deitar exaustos de caridade... Quase rejeitamos o descanso, tamanho entusiasmo!

Nossa justiça toma novas formas, e não mais entendemos a diferença entre ricos e pobres, pois a posse de matéria ou a falta dela, faz parte de um trajeto, e não de uma predileção infundada.

Olhamos para as crianças como se possuíssem a chave do novo mundo, e as protegemos com toda a força, em pensamento e oração por suas escolhas salvadoras.

Vemos nos idosos, segmentos de missões honradamente cumpridas... Vemos neles, o vir e voltar, da vida à Vida, e os condecoramos com nossos sonhos de longevidade. Com o tempo em mente, a ser usado com perspicácia para maiores realizações.

E se o mesmo se nos fizer curto, compreendemos seu curso com pouquíssima vontade de protestar, e muita vontade de cumprir o determinado por Deus.

Acumulamos alguns livros lidos, voltamos aos mais complexos, enriquecemos nossa postura afim de adequá-la à prática do bem.

Então, as parábolas bíblicas são perfeitas. Atemporais. Versáteis às mais remotas ou futuras eras... Por se tratar da Verdade plena e única. A fonte de nosso esforço.

O espaço para irritações, impaciências e ganância se faz escasso. Nossas revoltas antigas se desintegram em nossa novata busca por retidão. E mais! Nossas falhas sentem obrigação de serem revistas, dessa vez, em acordo com as leis de causa e efeito...
De imediato, procuramos na memória aquelas que causaram efeito negativo ou ferimentos emocionais, e avaliamos se é possível então, repará-las.
Caso o reparo em si diste de possibilidade, procuramos através de outra ação de benevolência, sanar a dívida...

Tudo isso acontecendo, e nós, incandescentes de ímpeto benévolo, aquietando os instintos, prevenindo e repreendendo nossos sentidos ante as tentações humanas, utilizando de vigilância e positivismo, mergulhamos na vida com profunda felicidade.

Contudo, a felicidade é do SEU MUNDO! Assim que em seu mundo, a disciplina da fé verdadeira, for o combustível que o levará aos planos de Deus, à sua vida.

A instrução traz felicidade.
O silêncio é feliz.
Os despertares são celestes.
As mudanças pessoais da vivência em Cristo, pairam pelos céus, em júbilo por esta causa.
A conquista da humildade faz excelsos servos divinos, dançarem em sua homenagem!

Há um imenso Sim de Deus, sempre que os véus da cegueira do egoísmo e do orgulho caem por sobre os pés que antes tropeçavam sem sentido no caminhar...

É quando um a um, Seus filhos adentram nos campos da serventia ao bem. Por amor, e por gratidão.

Isso é felicidade.
Aqui, neste mundo, e onde quer que estejamos.

E que assim seja.